Sergio Moro: nossas vidas e destino do Brasil.
Sergio Moro: nossas vidas e os rumos do Brasil
Hoje, a frase "o mundo dá muitas voltas" passou de metáfora para o sentido material. O pronunciamento do ex-juiz federal, e agora ex-ministro da justiça profundamente emocionando deixou milhões de brasileiros aflitos por duas razões que se entrelaçam: a nossa vida pessoal e o destino político do Brasil.
No campo pessoal, muitos brasileiros se colocaram na "pele" de Moro. Com olhos marejados e com sensação de traição, Moro viu tudo que construira se "desmanchando". Todos nós passamos por situação semelhante dentro de nossas realidades pessoais. Particularmente tentei imaginar dois momentos na vida do Moro: primeiro o momento em que o advogado Sérgio Moro, no dia 26 de junho de 1996, quando tomou posse como juiz federal, aprovado no mais difícil dos concursos públicos; segundo no dia 05 de abril de 2018, dia em que ele assinou o decreto da prisão do ex-presidente Lula. O primeiro momento foi sem dúvida um grande passo para vida pessoal do advogado Sérgio Moro. O segundo foi um salto na história do Brasil. O segundo momento foi um "salto" na vida da nossa nação, pois mudou os rumos desse país, implicando a sensação de que no Brasil há justiça. Nesse dia, um ex-presidente com a popularidade de 87%0 (G1 16/12/2010) foi condenado e preso. Da posse como juiz federal, o primeiro momento, até o decreto da prisão do ex-presidente, passaram-se 22 anos, até que a vida de Sérgio Moro se "entrelaça" com os destinos da nação. No ano 2015, a edição da revista VEJA com retrospectiva do ano chegou às bancas, trazendo na capa a foto do juiz Sérgio Moro com o título "Ele que salvou o ano", já era uma "profecia" do futuro do juiz Sérgio Moro. Mas a revista nem fazia ideia como seria o ano de 2018, em especial no processo eleitoral. A revista sempre apostou suas "fichas" em que o PSDB um dia teria sua vitória sobre a hegemonia petista. Ledo engano. O "carrasco" do PT foi o então "ilustre" desconhecido deputado federal Jair Bolsonaro. 2018 foi o ano em que as vidas do juiz Sérgio Moro e do deputado Bolsonaro se cruzaram no mesmo campo de batalha" e na mesma "trincheira", a saber, o discurso de "combate à corrupção" de Bolsonaro, que encontrou no juiz Sérgio Moro a sua personificação. Bolsonaro não foi o único candidato à presidência a "flertar" com o juiz Sérgio Moro. Outros também tentaram levá-lo para um "casamento político", mas só Bolsonaro levou-o para o "altar". O "casamento" foi no dia primeiro de janeiro de 2019. Foi uma cerimônia "linda" com muitos convidados e "juras de amor". Hoje, 23/04/2020, o "casamento" chegou ao fim de forma "dolorida" e isso é muito preocupante, pois o fim dessa relação não só diz respeito aos "cônjuges", mas também diz respeito ao destino do Brasil. Hoje, Sérgio Moro está desempregado. Não vai passar fome como centenas de famílias brasileiras, mas deve estar pensando nas razões pelas quais o fizeram jogar fora 23 anos de carreira como juiz federal. Muitos de nós estamos pensando na maneira como a saída de Moro vai afetar a sanha dos generais de plantão. As manifestações pelo fim do estado democrático de direitos estão conectadas à saída de Moro? A verdade de que o "calvário" de Moro está apenas começando, ele vai receber ataques de vários setores, em especial dos ex-aliados. A nós no campo pessoal fica a lição de que o "mundo dá muitas voltas". Quem acha que está com "tudo" pode "amanhecer" sem nada. Ao povo brasileiro fica a lição de que não existem "salvadores da pátria". Somos responsáveis pelo destino da nossa nação e o melhor caminho para buscar soluções é o estado democrático de direto.
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