*O CORONA VÍRUS "SUBIU NO PALANQUE"*






               É fato que, no Brasil, o processo eleitoral de 2018 não terminou no segundo turno. Estamos vivendo um terceiro turno diário há muito tempo. Mas levar a pandemia mundial COVID-19, ou Corona Vírus, para os palanques eleitorais, era a "gota d'água" que faltava para "rachar" de vez um país dividido.

           O pronunciamento do presidente Bolsonaro, ao contrário do que se diz, não é um discurso "sem lógica" proferido por um louco. É um discurso com cálculo político,  para atingir uma "fatia" significativa da  sociedade, que não está na classe média, fundamental na sua vitória de 2018, mas na gigantesca parcela de trabalhadores na informalidade (cerca de 40 milhões de brasileiros e brasileiras) e também no setor de serviços, em especial os assalariados mínimos, além da grande massa de desempregados (cerca de 12 milhões de brasileiros e brasileiras). Curiosamente, essa grande massa não recebeu praticamente nada durante o primeiro ano de governo Bolsonaro. Do outro, está a classe média brasileira, com suas divisões, também como alvo de conquista, não por Bolsonaro, mas pela oposição, formada atualmente por um grande número de ex-aliados. No meio dessa "disputa" está o povo. E para o povão a didática é simples: "se correr o bicho pega e se ficar o bicho come".

          Como a questão agora é política, de maneira inevitável, existe uma perspectiva de resultados opostos. Ainda que os dois falem em "preservar vidas", o que está em jogo, para eles que estão no palanque político, é o resultado desse processo.De um lado está Bolsonaro, e se as previsões dele estiverem corretas, e o Corona Vírus não subir no gráfico de forma exponencial, conforme prevê o Ministro da Saúde Dr. Mandetta, o presidente ganhará o "primeiro round" e o Ministro da Saúde pode até "pegar as contas".Mas, caso ocorra de fato o avanço da pandemia, o discurso "eu avisei", de João Dória, Wilson Witzel e demais governadores, vai ganhar fôlego, e Bolsonaro poderá amargar uma derrota política e popular.

       É lamentável que uma situação tão grave tenha se transformado em uma questão político-eleitoral. É hora de terminar de vez com o terceiro turno eleitoral, e juntos: o povo e os governantes, buscar um caminho para a superação da crise. O povo, na dúvida, deve acolher as orientações sanitárias e hospitalares. Aos governantes, é dever garantir o funcionamento do sistema de saúde e gerar emprego e renda.

     A nossa história está cheia de exemplos de países que se levantaram em tempos de crise, e, a exemplo, o presidente americano Roosevelt (1933) e o New Deal dos E.U.A.

      Não podemos fazer palanque nem para direita e nem para esquerda. Temos que aplaudir a vida!

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