Ações Pedagógicas verso Preconceitos
Hoje dia 19 de novembro, véspera do dia nacional da consciência negra, durante a minha caminhada matinal, o que a faço por recomendações médicas, deparei-me com uma “passeata” escolar que chamava a atenção dos comunitários para o combate às várias formas de preconceitos. Além da comunidade escolar: professoras, alunos e pais de alunos, também estavam presentes os membros da Associação de Idosos da nossa comunidade. Uma atividade singela, porém fundamental para o combate ao preconceito.
O dia da Consciência Negra, dia 20 de novembro, acaba por suscitar o debate de outras formas de preconceito, além dos temas inerentes a etnia negra. A homofobia, o sexismo, o preconceito com o deficiente, com os idosos e o preconceito religioso, em especial o preconceito com as religiões de matrizes africanas, ganham visibilidades, ainda que momentânea, nos espaços pedagógicos. O preconceito com as religiões de matrizes africanas merecem uma atenção especial, pois a descriminação sobre essa tema tem se revelada, de maneira mais intensa, quando abordado em sala de aula. É uma polêmica que perpassa por toda a sociedade, mas se materializa, no espaço escolar. A resistência e o preconceito afloram em grande parte das comunidades escolares, quando o professor propõe atividade escolares que envolva tal temática. Aqui em nossa cidade, Manaus, há inúmeros casos registrados, inclusive no MPF- Ministério Público Federal, sobre pais que proibiram os filhos de realizarem qualquer atividade escolar sobre o tema. Apesar de existir a Lei 10.639/2003 que versa sobre o ensino da história e cultura afro-brasileira.
No dia 05 de outubro, do corrente ano,
encerramos mais um processo eleitoral da História recente do Brasil. Esse foi
de longe o mais marcado por temas preconceituosos. A homofobia e o fundamentalismo religioso se
sobre puseram a temas como saúde e educação, os quais foram tratados de forma
superficial, não só pelos presidenciáveis mais bem colocados nas pesquisas, mas
pela sociedade em geral. O tema sobre religião ganhou uma conotação
fundamentalista, quando combinados com temas sobre sexualidade e família. Tal
debate não encerrou com o processo eleitoral, e se continuar a ganhar os
contornos preconceituosos, como os deixados como “legado” eleitoral,
corremos o risco de deixar aos nossos filhos e netos uma sociedade
calcada no ódio. É um ledo engano pensar que as crianças e os adolescentes
passam imunes ao processo eleitoral, o poder midiático é fulminante na
cristalização das ideias. O antídoto para dissolver essas ideias e até mesmo
imunizar nossas crianças contra os mais diversos tipos de preconceitos está na
educação laica e no diálogo franco com nossos filhos sobre o outro, que
necessariamente não é igual a nós, e isso é bom!
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