O MEDIADOR

O filósofo alemão Arthur Schopenhauer (1710-1790), no seu célebre aforisma "a única alegria do rebanho é quando o lobo come a ovelha do lado", nos diz um pouco sobre o povo brasileiro, em especial na ocasião desse jogo decisório da Copa Libertadores da América entre o Flamengo - time brasileiro - e o River Plate - time argentino. As manifestações de torcidas favoráveis ao time argentino têm se "alastrado" por todo o país, não movidos por simpatia ao tal River Plate, mas puramente pelo sentimento anti-flamenguista. Portanto, para uma torcida ver o "lobo devorar a outra ovelha", ainda que seja uma ovelha do mesmo rebanho ao qual pertencemos, o "rebanho brasileiro". Esse sentimento revela o quanto estamos longe de termos um espírito de sermos brasileiros, como uma nação. Pelo contrário, nos revela que ainda somos movidos pelo sentimento do regionalismo, muito comum ao século XIX, onde se identificava as pessoas como: "bai...

O historiador José Murilo de Carvalho, membro da Academia Brasileira de Letras e especialista na   Velha República, em seu livro "OS BESTIALIZADOS" (Companhia da Letras - 1987), demostra com muita maestria   que o processo da Proclamação da República Brasileira (1889) foi,   na verdade, um projeto político da elite cafeeira, aliada à cúpula do exército militar brasileiro. Ainda de acordo com Carvalho o povo “brasileiro” não foi consultado para nada e assistia tudo de maneira "bestializada".   Por não ser um projeto genuíno da vontade do povo a proclamação da República foi assimilada de maneira diferenciada, em tempos e espaços geográficos distintos, em especial no nordeste e norte do Brasil.   A notícia de que D. Pedro II não era mais Imperador, e que o Brasil não era mais uma monarquia foi “diluída” lentamente no território nacional. O tempo para chegar a notícia da proclamação era diretamente proporcional à distância do lugar em relação a capital do ...

De acordo com Eduardo Bolsonaro (Deputado Federal - PSL/SP), que é filho de vocês-sabem-quem, basta apenas um cabo e um soldado para fechar o Supremo Tribunal Federal. Isso foi dito durante a realização de uma aula preparatória para concursos, ministrada pelo mesmo. Fica a sensação de que o STF só acerta quando defende e aprova o que nós defendemos. Isso é típico do brasileiro, que, durante a Copa do Mundo, pinta a rua, pinta cara, bate no peito e diz "eu sou brasileiro". Mas basta o zagueiro perder a bola dentro da grande área para começar os xingamentos e a decepção geral. Nos julgamentos do STF não têm sido diferente. Quando agrada a direita, a esquerda reclama. E quando agrada a esquerda, a direita reclama. Em 2008, a nossa Suprema Côrte liberou a pesquisa com células-tronco, e os religiosos fundamentalistas "caíram de pau".   Em abril de 2010, o STF julgou improcedente uma ação da OAB que questionava os benefícios da Lei da Anistia aos torturado...

Existe uma máxima que diz: "a corda sempre arrebenta para o lado mais fraco". Um simples porteiro do condomínio de luxo "Vivendas da Barra", no Rio de Janeiro, onde há duas casas que pertencem ao Presidente Jair Bolsonaro (as de número 58 e 36 - onde reside o filho Carlos) e também a casa 66, onde reside o policial militar reformado Ronnie Lessa (apontado como o homem que disparou os tiros que mataram a vereadora Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes), está no centro de uma "briga de cachorro grande". De um lado o clã Bolsonaro, e do outro a família Marinho, que controla o maior conglomerado de comunicação do país (sabidamente o Grupo Globo). O porteiro afirmou, em depoimento, que senhor Élcio, ex-policial que dirigiu o carro que conduziu o atirador Ronnie à execução de Marielle e Anderson, teria estado presente na portaria do condomínio, informando que iria à casa de número 58, do à época Deputado Federal Jair Bolsonaro. De acordo com os regi...