*"Somos todos Flamengo"? ou ficamos felizes quando o lobo come a outra ovelha?*
O
filósofo alemão Arthur Schopenhauer (1710-1790), no seu célebre aforisma
"a única alegria do rebanho é quando o lobo come a ovelha do lado",
nos diz um pouco sobre o povo brasileiro, em especial na ocasião desse jogo
decisório da Copa Libertadores da América entre o Flamengo - time brasileiro -
e o River Plate - time argentino. As manifestações de torcidas favoráveis ao
time argentino têm se "alastrado" por todo o país, não movidos por
simpatia ao tal River Plate, mas puramente pelo sentimento anti-flamenguista.
Portanto, para uma torcida ver o "lobo devorar a outra ovelha", ainda
que seja uma ovelha do mesmo rebanho ao qual pertencemos, o "rebanho
brasileiro".
Esse
sentimento revela o quanto estamos longe de termos um espírito de sermos
brasileiros, como uma nação. Pelo contrário, nos revela que ainda somos movidos
pelo sentimento do regionalismo, muito comum ao século XIX, onde se
identificava as pessoas como: "baiano", "pernambucano",
"amazonense"... Ao invés do "ser brasileiro". Isso também
ajuda a compreender como os "brasileiros" enxergam o sentido de
nação, que perpassa pela obra-prima de Schopenhauer “O Mundo Como Vontade e
Representação", nos faz entender que só enxergamos aquilo que nos representa
como verdade única, o outro não interessa. O que perfeitamente provado no
contexto político do Brasil contemporânea polarizado.
Fica assim a pergunta: "vale a pena ver o lobo comer a outra ovelha? Ainda que seja do nosso rebanho.
Marcos Queiroz – Escritor/blogueiro.
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